PROFESSOR ARTUR PINHEIRO

Tuesday, January 08, 2008

ACRISE DA UECE e o caminho da superação

Francisco Artur Pinheiro Alves
Professor adjunto do Curso de História
Pré- candidato a reitor da UECE

A Universidade Estadual do Ceará passa por uma crise sem precedentes em sua história. No entanto isso não deve ser motivo de desespero e sim de reflexão. A referida crise é maior e mais intensa na área financeira desdobrando-se para os diversos setores. Isso traz implicações que afetam toda a universidade, sua infra-estrutura. Mas não é da crise que queremos falar, pois esta está é tão visível, tão conhecida de todos, que, comentá-la é repeti-la. Já ouvimos relatos dela de todas as maneiras em diversas ocasiões. Queremos falar é de sua superação. Este é o grande desafio dos que fazem a UECE, em particular, e da sociedade cearense e de seu governo, em geral.
É, com certeza, inerente aos processos históricos de crise, o germe de sua superação. Ou seja, intrinsecamente às crises, estão os caminhos para a sua superação, para um novo dia, uma nova fase, um novo caminho, enfim uma renovação.
No caso da universidade, compreendo que concomitante à sua crise, há um grande potencial e este potencial é que fará a diferença e a levará à sua superação. O grande potencial da UECE, como em toda organização, é o elemento humano. Nela este está organizado em três segmentos: professores, estudantes e funcionários.
Os professores da UECE, são seu maior e mais valioso patrimônio. E por ser a universidade uma instituição eminentemente dedicada ao saber, é deles, que orientam, coordenam e dirigem os processos de investigação e de estudo, que sairão as luzes para a superação da crise da instituição. Mais do que isso eles conduzirão a universidade ao seu leito natural. Evidentemente que, com a participação ativa de estudantes e funcionários.
A UECE, decidiu, principalmente na década passada, investir na formação dos professores. Isso aconteceu, fazendo um corte, a partir dos encontros de Pacoti, idealizados pelo professor Paulo de Melo Jorge Filho (Petrola) e coordenados pela professora Maria do Socorro Osterne. Do nosso conhecimento, foi a partir dali que a UECE despertou para a importância de qualificar os seus professores. Embora um trabalho anterior da Pró reitoria de Pós Graduação já viesse sendo feito, o que possibilitou essa decisão histórica. A estratégia parece que paulatinamente foi contaminando a universidade. Professores foram fazer mestrado e doutorado e novos professores, em diversos concursos posteriores, foram admitidos já com esta qualificação, e, hoje temos um quadro significativo de mestres e doutores.
Os que não conseguiram se qualificar ao longo desse processo foi por diversos motivos, no entanto estes também são importantes para a universidade pois trazem o “doutorado” da experiência, quer seja na área pedagógica, quer seja na área administrativa. Estes, também, estão incluídos no que chamamos de maior potencial da universidade.
Os funcionários técnico-administrativo, estes são igualmente valorosos. São tão importantes e de um potencial tão imenso, que é difícil mensurar. Estes não tiveram as oportunidades dos professores de se qualificar e tão pouco foi-lhes oportunizados a entrada de outros colegas para se ajuntarem a eles e fortalecerem a sua categoria. Eles são resistentes, fortes, na sua área de atuação têm mostrado a sua competência, o seu potencial e a sua capacidade de resistência. A contribuição deste segmento para a superação da crise é também incomensurável. Apesar do débito que a UECE tem com eles, eles estão prontos a contribuir, desde o menor graduado ao mais graduado.
Os estudantes são, também, outra grande potencialidade desta universidade. Cada vez mais o seu nível de qualificação evolui, destarte as dificuldades que lhes são impostas, desde a falta de livros e equipamentos laboratoriais, como a falta de professores, estrutura etc aliada ultimamente a dois processos grevistas, que co certeza são também grandes obstáculos à suas formações. São eles que mais sofrem com a crise, não obstante, apontam para a universidade e a sociedade as suas possíveis soluções, seja através de seus segmentos organizados, através do movimento estudantil, seja na sala de aula, nos laboratórios, no cotidiano da universidade, bem como nos espaços dos colegiados onde tem representação.
Acredito, com muita convicção, que seja possível a reversão da crise da universidade a partir da articulação dos saberes destes três segmentos, colocados em ação para a busca deste fim. Isso vai demandar um esforço gigantesco, muita dedicação, muita negociação, muita renúncia, muito trabalho. É realmente uma tarefa hercúlea, mas que pode acontecer, vai acontecer e já está acontecendo, dentro dos limites e das possibilidades que a conjuntura em que está situada, a nível regional e nacional, permite.
Para finalizar este breve e intempestivo ensaio que coloco para avaliação dos meus pares e diversos segmentos da Universidade, teria ainda a dizer: A tarefa de superação da crise da UECE, requer muito dialogo, aqui conceituado segundo Moacir Gadoti (Diálogo Docente). É acreditando neste potencial, que acredito nas saídas que tem a UECE para superar a sua crise em parceria com governo e a sociedade cearense.

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