PROFESSOR ARTUR PINHEIRO

Monday, February 09, 2009

CONTRIBUIÇÃO PARA O DEBATE SOBRE “AFASTAMENTO DOCENTE PARA PÓS GRADUAÇÃO”

Numa proveitosa discussão aberta pelo SINDUECE sobre afastamento dos docentes das três universidades estaduais para cursos de pós graduação, pude perceber que, no que pese ao exaustiva trabalho feito com muita dedicação e competência pelos colegas, há, ainda, algo mais a ser considerado, ou melhor há evidências que não podem ser olvidadas.
Me refiro às diversas modalidades de pós graduação que estão surgindo e que irão surgir com o avanço tecnológico, com a ampliação do conceito de educação à distância, com o avanço dos acordos internacionais, como é o caso do acordo firmado pelo Brasil com os demais paises do MERCOSUL, regulamentado pelo decreto 5.518 (vide abaixo). Albergados por este dispositivo legal cerca de 45 docentes, (segundo uma das colegas que falou no debate, salvo engano a professora Lia), estão fazendo mestrado ou doutorado no Paraguai.
Tenho insistido em discutir este tema dos cursos no Paraguai, já escrevi duas cartas no jornal O POVO sobre esta temática, nas quais discuto a falta de vagas nas universidades brasileiras para a grande demanda da pós graduação, outro tema que temos de enfrentar, discutindo abertamente, seja interno, seja externo, com o Ministério da Educação e seus órgãos financiadores. Mas isso é outra questão.
Voltando á discussão do afastamento, foi colocado no debate, a questão dos cursos do Paraguai, como cursos pela internet, cursos á distância, etc, fora, digamos, dos parâmetros da CAPS e por conseguinte, também, fora dos parâmetros da proposta que se esboça nas três universidades, foco desta discussão.
Pois nosso propósito é sugerir aos nobres colegas exatamente o contrário: Ou seja, aprofundarmos a discussão em torno de todas as possibilidades de se fazer pós graduação, inclusive estas já descritas.
Quero sugerir á douta comissão, por exemplo, incluir uma forma de afastamento com interstícios. Nela o professor se afastaria para cursar os créditos nos períodos de oferta dos módulos, com redução de sua carga-horária, e após a conclusão dos módulos presenciais, teria um ano, por exemplo para realizar a sua pesquisa.
Pode ser que a minha proposta pareça absurdo para muitos, mas com certeza não parecerá para os 45 colegas que estão fazendo a sua pós-graduação no Paraguai. Como prof. de História estou lembrando daquele capítulo da história dos livros didáticos, em que Colombo apresentou aos doutores da Universidade de Salamanca, a sua proposição de cehgar às índias pelo Ocidente. Os doutores estavam certo ao refutar tal tese, com base nos conhecimentos que se tinha até então ( não se sabia da existência da Amaérica, por exemplo). Mas Colombo também estava certo, só que os seus parâmetros eram intuitivos, por isso não podia provar. (Buarque, in Alves 2007)
Por isso, dizer que estamos nos balizando pelos parâmetros da CAPES, é corretíssimo, é de uma responsabilidade sem igual, por outro lado, enquanto instituição autônoma, nada impede a Universidade de avançar na discussão, de ousar, inclusive perante o Governo do Estado.
Outro ponto que quero sugerir tanto a comissão, como ao SINDUECE e também ao SINDESP, é ouvirem os 45 professores que estão no Paraguai, saber da realidade de cada um, conhecer suas propostas de pesquisa, as universidades que estão estudando, as dificuldades, quem já teve afastamento quem não teve, etc. Por que não nos ouvir se estamos no mesmo barco? Se os nossos sindicatos não nos ouvirem, quem irá nos ouvir? O SINDUECE, ou o SINDESP, não perderão nada em nos ouvir e tem que faze-lo, mais cedo ou mais tarde.
Bem companheiros, a sorte está lançada (César). Escrevi o que tinha vontade, rebatam estes argumentos na mesma proporção, digam o que tem vontade. Ninguém está com a verdade, ninguém tem a receita pronta, só aprofundando o debate chegaremos mais próximo de uma proposta mais justa.

Feitas essas considerações quero terminar como meu professor de Português, José Humberto Gomes de Oliveira, J.H.G.O. hoje com 73 anos, vivendo lá em Capistrano: “Me desculpem se desagradei alguém, não era esta a minha intenção”. Portanto a minha intenção é colaborar com o debate, é torna-lo mais acalorado.
Um grande e fraternal abraço para todos vocês.

FRNACISCO ARTUR PINHEIRO ALVES
Prof. Adjunto da UECE.

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