PROFESSOR ARTUR PINHEIRO

Saturday, October 20, 2007

CONTRIBUIÇÃO DO MEU IRMÃO NONATO

Raimundo Nonato Pinheiro Alves

Olá! Caros irmãos.
"O finado nosso pai contava que todos os anos nossos avós iam para a Festa de Canindé. Eles tinham muita ligação com aquela região, pois nossa família é originária do reduto de um povo branco, apelidado de "Cachimbos", moradores no distrito de "Negreiros". Na verdade, Negreiros era a fazenda onde moravam os parentes de nosso avô, Pedro Alves, que ainda tinha terras por lá. Era na comemoração da festa de S. Francisco que esses parentes se reuniam em Canindé. Nossos avós preparavam uma comitiva de romeiros composta dos parentes do lado de cá da Serra, os Alves. Dela faziam parte o Neco dos Santos e seu irmão, ainda jovem, o Moisés, o compadre Cassiano , Sinhá Miranda e o Mundô Vidal. Cada um ia em sua montaria e os meninos, Luiz e Raimundo, de 7 e 8 anos, muito bem acomodados, em seus caçuás forrados com cuxins, seguros nos cabeçotes da cangalha, levados pela mula Morena. Iam na frente, sob os cuidados de Joaquim Cassiano. Ao romper do dia estavam chegando a Canindé. De repente, surgem dois faróis iluminando toda a estrada, acompanhados de um barulho medonho, uma zoada estranha, um ronco de um animal do outro mundo.Era um "automóvel" de uns ricaços de Fortaleza, vadiando naquelas brenhas. Os dois meninos, mal despertos, pularam de dentro de seus caçuás e ganharam o mato, uma plantação de mandioca existente ali, na beira da estrada. Os donos do carro rolavam de rir, enquanto os romeiros, também assustados, saiam a procurar as crianças embrenhadas no mato, E quem disse que as encontravam? Só quando o Sol despontou, clareando o mundo, é que elas foram achadas, abraçadas aos trancos de maniva, espantadíssimas. Depois de muita peleja conseguiram convencê-las a voltar á estrada e a seus caçuás acolchoados. Essa história ele, nosso pai, contava com graça, esboçando um sorriso de satisfação, como se fora uma aventura do tempo de criança."
Gente, eu posso melhorar esse texto depois, caso alguém se lembre de mais algum pormenor e queira acrescentar ou corrigir alguma coisa. É que fui me lembrando do caso e digitei direto nessa maravilhosa máquina de escrever. Abs e bj do Ramunáh.

ARARUTA DA CARQUEIJA

ARARUTA
“A araruta é uma planta originária das regiões tropicais da América do Sul, a qual, infelizmente, está em via extinção”. Na região do Maciço de Baturité, era comum a produção caseira de araruta, sobretudo para o preparo de mingau das crianças A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento preocupada com a participação da araruta na tradição da culinária brasileira publicou recentemente uma cartilha sobre araruta, tentando assim resgatar a sua cultura em nosso país
Segundo a jornalista Isis Breves, da EMBRAPA,”a indústria alimentícia ao invadir os domínios da cozinha doméstica, substituiu o polvilho de araruta pelo o de mandioca ou pela farinha de trigo ou milho, prejudicando assim o cultivo daquela planta. Porém, houve um tempo, em que as donas de casa preparavam biscoitos, brevidades, mingaus e bolos, de araruta.” Ainda segundo a jornalista, “a sabedoria popular, a araruta tem vários usos medicinais, mas é na culinária que o uso desta planta se destaca, recomendada para pessoas com restrições alimentares ao glúten (doença celíaca). O polvilho da araruta tem uma leveza inigualável. Por isso os biscoitos derretem na boca. A cartilha aborda as técnicas de plantio, adubação e cultivo da araruta até o preparo caseiro do polvilho e as receitas deliciosas que podem ser feitas.”
Somos testemunhas de parte dessa história, pois nossos avós e nossos pais cultivavam a araruta. Hoje ainda encontramos araruta em nossa propriedade, plantada pela minha avó, lá pela década de 40 do século passado, resistindo à secas e estiagens ocorridas nesses quase 80 anos.O exemplo da resistência da araruta e a vontade de resgatar o seu cultivo em nossa localidade, Carqueija dos Alves, Capistrano, nos está impondo um desafio: plantar araruta consorciada com o cajueiro. Assim estaremos contribuindo com o resgate dessa cultura em nosso meio.
Para contribuir com a divulgação da ARARUTA, como parte deste projeto de resgate de sua cultura, criamos um blog com informações colhias na EMBRAPA e também de nosso projeto, que colocamos à disposição dos interessados: www.ararutadacarqueija.blogspot.com. Esperamos assim, está contribuindo com o resgate da agricultura familiar e da culinária de nossa região, especialmente em relação à cultura da araruta.
FRANCISCO ARTUR PINHEIRO ALVE
CAPISTRANO CEARÁ

Sunday, October 07, 2007

DIACONATO PERMANENTE: NOVAS PERSPECTIVAS

DIACONATO PERMANENTE, NOVOS HORIZONTES

Recentemente vi uma reportagem na televisão, sobre os diáconos permanentes da Arquidiocese de Fortaleza. Apesar de ser uma instituição antiga, ainda é recente, entre nós, a prática de ordenação de diáconos. Salvo engano a reportagem dizia que Fortaleza tem cerca de 8 diáconos permanentes. Ainda segundo a matéria, são várias as atividades que um diácono pode desempenhar, dentre elas as celebrações, sem a eucaristia, batizados, casamentos. O mais importante é que o diaconato permanente pode ser exercido por homens casados. Não sei se também ordena-se mulheres, mas com certeza homens casados, sim.
Fiquei pensando: a Igreja Católica tem dificuldade de expandir o número de padres na proporão do crescimento da população. É comum se ouvir dizer que é difícil se conseguir um padre para celebrar, por exemplo, uma missa de corpo presente, ou de sétimo dia. Nós tivemos essa dificuldade recentemente com o falecimento de nosso pai. Diante de tal dificuldade, a igreja deveria traçar uma política de formação de diáconos e expandir essa categoria de religiosos, se é assim que podemos chamar. Poderia traçar uma meta de pelo menos dois diáconos para cada paróquia, para auxiliar os padres, deixando para estes somente os ofícios exclusivos de sua competência.
Fazendo uma projeção por município, no caso do estado do Ceará, posto que não temos o número de paróquias; seriam formados, de imediato, nada menos que 368 diáconos permanentes. Certamente, um contingente desta magnitude auxiliaria, bastante, o trabalho dos senhores párocos. Outro dado importante numa ação ousada como esta, que pode ser vista como absurda, por alguns setores, seria a experiência da participação de homens casados nos ofícios da igreja. Quem sabe uma preparação para uma mudança no critério de ordenação de padres para o futuro, com a flexibilização da obrigatoriedade do celibato, tornando-o opcional.
Mas isso são idéias de um leigo que tem como convicção, que o celibato deveria ser opcional Mas já que isso não pode ser praticado, no momento, na Igreja Católica Romana, talvez viesse a ser um aprendizado, o ingresso, em massa, mas com a formação adequada, de homens casados, na instituição do diaconato permanente.
Se ofendi alguém, ou entrei em uma seara fora da minha alçada, peço perdão, posto ser esta a marca mais autêntica do cristianismo, nem sempre praticado pelas instituições e pessoas que se dizem cristãs.

Prof. Francisco Artur Pinheiro Alves
Professor de História da UECE
Membro suplente do Conselho Estadual de Educação.

Saturday, October 06, 2007

INFIDELIDADE PARTIDÁRIA: A DECISÃO DO STF.

A DECISÃO DO SUPREMO

A decisão do Supremo Tribunal Federal de que, os mandatos parlamentares pertencem ao partido político e não ao candidato, foi muito importante para a democracia brasileira. Esta decisão fortalece os partidos políticos e por conseguinte o processo eleitoral e democrático. Provocado pelo PSDB, inicialmente e pelo DEM e PPS, baseados nas perdas que sofreram na Câmara Federal, o TSE, havia se manifestado favorável à tese, confirmada pelo STF, com o atenuante de que a validade de tal interpretação se dá a partir de 27 de março, data em que o TSE se pronunciara sobre o assunto.

Onde o partido é governo, seja municipal ou estadual, com certeza houve mais adesão. O PSDB é governo em Minas, São Paulo e em muitos municípios, o mesmo ocorre com o DEM e PPS, nestes locais, a decisão do STF, atinge estes partidos. No plano federal porém, eles são beneficiados com a medida, menos em relação aos deputado que foram o estopim do processo, como é o caso dos deputados federais do Ceará que saíram do PSDB, para ingressar no PR

Diante de tal quadro, como ficam os vereadores em todo Brasil, que mudaram de partido para concorrer às eleições de 2008? Como ficam os parlamentares estaduais, que também mudaram de partido para concorrer às eleições próximas como candidato a prefeito? E Os senadores, que igualmente mudaram de partido para concorrer às eleições de prefeitos de suas cidades? Os partidos que entraram com os recurso na justiça eleitoral, talvez não tivessem a dimensão do problema, Eles também vão ter prejuízos em algum lugar.

No do Ceará, por exemplo, o PSDB recebeu pelo menos um vereador, na capital, de outro partido. No interior, porém este número deve ser muito maior, pois o partido ainda é detentor de muitas prefeituras. O PSB, o PC do B, e o PT que estão no poder nos três níveis, também receberam adesão de prefeitos e vereadores de outros partidos.Em todos os partidos houve mudanças: adesões e perdas. Entretanto, via de regra, as transferências se dão mais para o partido que está no poder. Há também o caso notório da senadora Patrícia Sabóia que com apoio, segundo dizem, do PSDB, trocou o PPS pelo PDT, para se candidatar a prefeita de Fortaleza. Esta decisão da senadora se deu no momento em que o TSE julgava o processo.

Portanto a decisão do STF, está dando dor de cabeça em muita gente, sendo que em maior número, nos vereadores que são maioria, tem uma eleição pela frente e deverão responder paralelamente ao processo eleitoral que se avizinha, outro processo de perda de mandato na justiça eleitoral. Considerando que no município o jogo político é mais direto, as relações são mais próximas, nos próximos dias iremos assistir muitas batalhas entre partidos políticos na justiça eleitoral, para recuperar o mandato daqueles que deixaram suas siglas. É o efeito de uma decisão tão importante do STF, evidentemente baseada na Constituição Federal. Vamos aguardar a sua aplicabilidade e praticidade.

Prof. Francisco Artur Pinheiro Alves
Professor Curso de História da Universidade Estadual do Ceará
Membro suplente do Conselho Estadual de Educação.


 
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